Dias*
Há dias em que acordamos com a tristeza ao peito, ainda nem abrimos os estores e já sabemos que está nublado e a vontade de levantar da cama é nula. Entretanto, ligamos o piloto automático e lá vamos nós porque tem de ser. Acabamos por vestir o desânimo, falar sobre alguns acontecimentos trágicos, relembrar uns momentos de desilusão e fazer filmes e mais filmes na nossa cabeça.
A nossa mente é terrível, é mentirosa e tem um poder incalculável na nossa vida. A nossa mente faz-nos sofrer muito e é o nosso pior inimigo (pena que alguns ainda não descobriram essa realidade e continuam a pensar que o inimigo é o vizinho, o colega, o familiar, etc.)
Nestes dias não temos vontade de fazer nada, queremos estar no nosso cantinho, queremos que ninguém nos pergunte nada, rezamos para não ver ninguém sorrir no nosso caminho, não temos vontade de ouvir alguém dizer "que dia lindo" e do nada rebentamos e criamos conflitos ao nosso redor.
Nestes dias em que só conseguimos visualizar coisas menos boas, dias em que temos saudades de quem já não está por perto, dias em que relembramos como já fomos felizes no passado, dias em que pensamos que a vida é boa só para alguns sortudos, dias em que refilamos por tudo e por nada, dias em que temos vontade de desistir de tudo, dias em que tudo nos irrita, dias em que perdemos o norte e somos reféns do fantasma do "não sirvo para nada e já não faço falta por cá", dias em que nos tornamos escuros por dentro e sem qualquer vontade de lutar pela nossa felicidade.
Nestes dias, acabamos por conjugar muito os verbos: reclamar, desistir e a nossa frase favorita é "Não sei o que ando por aqui a fazer... já ninguém gosta de mim... já não tenho sonhos..."
Nestes dias, vamos acatar três bons conselhos: nº 1 - Tudo passa nesta vida, por isso calma; 2º conselho - fazer uma lista das coisas boas que temos na nossa vida (lembrar uma pessoa que nos ama, uma pessoa que amamos muito, recordar coisas simples que muitos não conseguem fazer: ver, ouvir, ... ) Quando terminarmos a lista vamos perceber que o 3º conselho vai acontecer naturalmente: vamos passar a conjugar com alegria e entusiasmo os verbos: agradecer, sonhar e fazer.
Vamos confiar que dias e fases melhores se avizinham.
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